VOCÊ CONHECE A ORIGEM DAS FESTAS JUNINAS? SAIBA ISSO E MUITO MAIS

Fogueira, bebidas quentes, comidas deliciosas, música, dança e muita animação. Difícil quem não goste de uma boa festa junina. A diversão rola solta e, normalmente, não tem hora para acabar! Muita gente espera ansiosa pelo começo de junho que é quando essas comemorações realmente aparecem por todas as partes.

Mas você acha que as festas juninas são originárias do Brasil? Aliás, indo mais a fundo, você sabe como elas surgiram? Você tem noção da história por trás dos itens que compõem essas grandes farras que muitos de nós gostamos de participar? Conheça alguns fatos possivelmente desconhecidos e entenda por que essa é uma das festas mais queridas.

 

A história

As festas juninas são mais antigas do que todo mundo pensa! Elas surgiram na Antiga Europa, há centenas de anos. As festas aconteciam durante o solstício de verão para comemorar o início da colheita — por isso tanta comida e bebida — e eram organizadas pelos celtas, egípcios e outros povos. Uma das deusas homenageadas era Juno, esposa de Júpiter, e as festas eram chamadas de “junônias”.

O catolicismo passou a ganhar cada vez mais fiéis na Europa e a data coincidia com o nascimento de João Batista, primo de Jesus Cristo. A Igreja Católica cristianizou a data, instituindo homenagens aos três santos do mês. As comemorações passaram a se chamar de “joaninas” (por causa de João) e os primeiros países a comemorá-las foram Portugal, Itália, França e Espanha — e até hoje elas são muito importantes no Norte da Europa.

Não se sabe se o nome “junina” é uma adaptação que veio com o tempo ou se mudou porque a festa é comemorada no mês de junho. Cada um dos países deu o seu toque à festa que conhecemos hoje em dia. Da França veio a dança, de Portugal e da Espanha veio a dança com fitas, entre outras culturas que foram se popularizando.

 

A vinda para o Brasil

Como é de se imaginar, a festa junina foi trazida para o Brasil pelos portugueses durante o período colonial. Por coincidência, os índios que habitavam o nosso país realizavam rituais nessa mesma época de junho para celebrar a agricultura e, com a vinda dos jesuítas, as festas se fundiram e os pratos passaram a utilizar alimentos nativos, como mandioca e milho.

 

Tradicionais festas juninas brasileiras

As festas juninas acontecem em todo canto do país, mas podem ser divididas em dois tipos distintos: aquelas que acontecem na Região Nordeste e aquelas do Brasil caipira (inspiradas nos Estados de São Paulo, região norte do Paraná, região sul de Minas Gerais e Goiás). Elas possuem diferenças e costumes bem diferentes.

As mais tradicionais acontecem em Campina Grande (PB) e Caruaru (PE) e existe uma pequena rivalidade entre os dois Estados para ver qual delas é a melhor. Na Paraíba, a festa é conhecida como Forródromo que, como o nome sugere, é regada a muito forró. Entre as principais atrações está um desfile de jegues.

Já Pernambuco tem a Vila do Forró, que é uma réplica de uma pequena cidade do sertão pernambucano. É possível fazer uma viagem até Recife pelo Trem do Forró onde cantadores regionais, sanfoneiros e artistas de todos os tipos transitam por entre os vagões, alegrando o público e ganhando um dinheirinho extra nessa época do ano.

As festas do Brasil caipira são realizadas em quermesses com danças de quadrinha em torno da fogueira e, como não pode deixar de ser, com muita música caipira. Em todos os lugares, as mulheres usam vestidos coloridos de chita e os homens vestem camisa quadriculada e calças remendados com tecidos também cheios de cores.

 

Os três santos

Santo Antônio é o primeiro dos santos a ser homenageado no mês. Sua festa é comemorada no dia 13 de junho e ele é conhecido como o santo casamenteiro, já que ajudava as moças do século XII a conseguir o dote para realizar o tão sonhado casamento. Diversas simpatias são realizadas por mulheres que querem um namorado, noivo ou marido.

O dia de São João é o mais esperado de todos eles. A festa é realizada no dia 24 de junho e, nesse dia, existem muitas festas pelo Brasil, principalmente no Nordeste. João era filho de Isabel, prima de Maria (mãe de Jesus). Segundo a Igreja Católica, foi ele quem preparou a vinda de Cristo e batizou-o no rio Jordão.

O último santo do mês é São Pedro. Ele era um dos pescadores discípulos de Jesus e também conhecido como o fundador da Igreja Católica. O catolicismo prega que é Pedro quem tem as chaves do céu. Sua festa é comemorada no final do mês de junho, no dia 29. Com ele, encerra-se as festividades desse mês tão celebrado.

 

Cai-cai balão

A tradição de soltar balões tem dois significados. Uns dizem que essa prática era usada para avisar que a festa iria começar. Eram soltos de cinco a sete balões para que as pessoas soubessem do início das comemorações. Os mais supersticiosos acreditam que os balões levavam os pedidos para os santos até o céu.

Porém, hoje em dia, eles não são muito comuns, já que soltar balões é proibido em muitos países, inclusive no Brasil. Isso vigora desde 1965, de acordo com o artigo 26 do Código Florestal, porque pode causar incêndios e mortes. Também está no artigo 28 da Lei das Contravenções Penais de 1941. Quem for pego soltando balões pode ir para a cadeia.

 

Pula a fogueira iá iá

Assim como a maioria dos elementos de uma festa junina, existem dois significados para a famosa fogueira. Nas festas pagãs e indígenas, elas eram feitas para espantar os maus espíritos. Já na tradição cristã, ela tem uma explicação: Isabel teria dito à Maria (mãe de Jesus) que acenderia uma fogueira para avisá-la do nascimento de seu filho (João). Maria viu as chamas de longe e foi visitar a criança que tinha acabado de nascer.

Hoje, por questão de segurança, elas também só são feitas em poucas cidades do interior, já que também não são permitidas nas grandes quermesses para que se evite incêndios e acidentes causados pelas chamas. Mas o símbolo está sempre presente quando pensamos nas festas juninas.

 

Olha a cobra! É mentira!

A quadrilha é outra coisa que não pode faltar em uma festa junina. Seu nome vem de uma dança de salão francesa para quatro pares, a quadrille. Com a vinda para o Brasil, a quadrilha se popularizou e se fundiu com as danças brasileiras que já existiam por aqui, dando origem ao que conhecemos hoje em dia.

No entanto, nos dias de hoje, ela não é dançada por populares, como era antes. Ela é vista como uma atitude teatral e meramente festiva com um ideal folclórico e até mesmo acadêmico. O grupo composto por pares vestidos de caipira é aberto por um noivo e uma noiva, encenando um casamento fictício.

No Nordeste, o forró é, talvez, o ritmo mais requisitado para as festas juninas, seguido pelo baião, xote, reisado, o samba de coco e outras cantigas típicas. O sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga é o mais famoso músico das festas juninas.

Elas também recebem nomes diferentes de acordo com o lugar. Em São Paulo, é conhecida como “quadrilha caipira”. No Brasil central, como “saruê”. Na Bahia, “baile sifilítico”. No Rio de Janeiro, ela chega como “mana-chica”. Em Sergipe, é simplesmente “quadrilha”. E segue outras variações dependendo do Estado.

 

Promessas e simpatias

Simpatias e promessas para os santos são comuns em todas as épocas do ano, mas, para os três santos homenageados em junho, agora é a hora, principalmente para Santo Antônio, já que ele é considerado o santo casamenteiro e as moças que procuram um namorado, noivo ou marido se apressam para ter tudo pronto no dia 13.

Existem várias simpatias, como colocar uma imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo atrás da porta, dentro do poço ou até mesmo em um copo d’água (isso costuma variar entre as pessoas) e só tirá-la de lá quando o pedido é atendido. Até mesmo tirar o Menino Jesus do colo do santo e só devolvê-lo quando o namorado chegar. Algumas estátuas já são vendidas com as imagens podendo ser separadas exatamente com esse intuito.

Tirando o fato do compromisso amoroso, o catolicismo também conta com o “pãozinho de Santo Antônio”. Os frades distribuem um pão bento para as pessoas — que deve ser deixado junto aos outros alimentos para não faltar o que comer — e, em troca, os fiéis deixam suas ofertas para o santo. Comida não falta durante o ano inteiro.

 

A parte mais esperada — os comes e bebes

Difícil não ficar com fome em uma festa junina. Milho cozido (ou assado), pipoca, bolo de fubá cremoso (ou de milho), maçã do amor, pé-de-moleque, vinho quente, quentão, arroz-doce, canjica, chá de amendoim e muitas outras delícias (normalmente quentinhas, porque essa época do ano é bem fria) são a alma da festa.

Reparou que muitas comidas são derivadas do milho verde? Isso se deve ao fato de que junho é a época propícia para a colheita do alimento e essa tradição está presente nas festas juninas desde que ela chegou ao Brasil. Outros grãos — como o amendoim — e raízes — como a mandioca — também marcam presença nas comemorações de junho.

Agora que você conheceu um pouquinho mais sobre as festividades do mês de junho, que tal aproveitar o finalzinho do mês e se jogar de cabeça em diversas festas juninas que acontecem pelo Brasil afora? Se você já foi, com certeza vai querer voltar. Se ainda não foi, o que está esperando? Chame os amigos e divirta-se!

Fonte: www.megacurioso.com.br

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