Seu uso associado às técnicas construtivas traz vários benefícios e pode ser empregado em diversos tipos de edificações
O concreto protendido surgiu originalmente para a construção de pontes, posteriormente, para compor as estruturas pré-moldadas, e, atualmente, também nos edifícios e galpões com estruturas de vãos livres maiores, propiciando inovações nas técnicas construtivas. Sua ampla aplicação agiliza o processo construtivo.
De acordo com o professor do curso de engenharia civil do Instituto Mauá de Tecnologia, Januário Pellegrino Neto, existem dois tipos de concretos estruturais: armado e protendido, que diferem com relação à armadura, sendo passiva para o armado e ativa para o protendido. “No concreto armado, as armaduras passivas trabalham mediante solicitação. Já no protendido, as armaduras ativas são alongadas previamente, produzindo, posteriormente, uma compressão no elemento estrutural, que elimina ou alivia a tração no concreto”, explica o professor.
O concreto simples — É um material composto, preparado por ocasião de sua aplicação, que é a mistura de um aglomerante hidráulico (cimento) com materiais (em sua grande maioria) inertes (agregados miúdo e graúdo, areia e pedra) — é um material com baixa resistência à tração quando comparado ao concreto estrutural, inviável estruturalmente, surgindo o concreto estrutural da associação do concreto simples com as armaduras, que suprem a deficiência na resistência à tração.
Vantagens do concreto protendido
A utilização do concreto protendido tem sido crescente em diversas obras de edificações e quando associado às técnicas construtivas trazem benefícios, que enumeram-se algumas vantagens:
- Redução das dimensões da seção transversal: proporcionando estruturas mais leves, vigas e lajes de grandes vãos que o concreto armado usual não venceria, tais reduções podem ainda gerar economia da fundação da edificação e maiores alternativas do projeto arquitetônico;
- Emprego de aços de alta resistência: o aço utilizado no concreto protendido possui resistência consideravelmente maior que o aço utilizado no concreto armado, seu uso em concreto armado não é viável, devido ao aparecimento de fissuras com aberturas exageradas, que são provocadas pelas grandes deformações necessárias para explorar a sua alta resistência. Ao mesmo tempo em que a alta resistência constitui uma necessidade para a efetivação do concreto protendido (por causa das perdas progressivas), ela elimina os problemas citados;
- Eliminação das tensões de tração: havendo necessidade, consegue-se eliminar as tensões de tração e, portanto, a fissuração do concreto. De qualquer forma, constitui um meio eficiente de controle de abertura de fissuras quando estas forem permitidas;
- Diminuição da flecha: a protensão praticamente elimina a presença de seções fissuradas. Tem-se, assim, redução da flecha por eliminar a queda de rigidez à flexão correspondente à seção fissurada;
- Desenvolvimento de métodos construtivos: a protensão permite criar sistemas construtivos diversos: balanço sucessivo e pré-moldados, por exemplo.
Além disso, também pode ser utilizado para a recuperação e reforço de estruturas comprometidas.
Manutenção dos sistemas de protensão
- Existem dois sistemas de protensão que diferem com relação ao instante da protensão e à concretagem: pré-tração, quando a concretagem ocorre após a protensão; e pós-tração, quando ocorre antes da protensão. Em ambos os casos, a protensão ocorre com o alongamento da armadura, utilizando-se de dispositivos hidráulicos e de elementos de fixação e ancoragem destas armaduras no elemento estrutural. “A manutenção é muito importante para qualquer construção e material utilizado. No concreto protendido não seria diferente”, ressalta o professor, Januário Pellegrino Neto.
O primeiro passo seria uma inspeção, levando-se em consideração todas as informações prévias sobre a estrutura, tais como o projeto original e todo o histórico de manutenções e vistorias, identificando os danos já existentes e suas causas e analisando o que se espera do projeto, inclusive em condições extremas, propiciando — a partir desta análise — obter respostas para possíveis problemas. Identificado o problema, podem ser elaborados os planos de ação em função da necessidade. De acordo com Luiz Aurélio Fortes da Silva, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da ABECE, “quando a gente não tem altura para fazer uma viga boa, então se aplica a protensão para dar um efeito dentro do concreto, que é uma força contrária ao peso da estrutura para equilibrar e, com isso, limitar as deformações em vãos grandes. Isso é muito utilizado em lajes, pontes acima de 40 metros e pavimentos com vãos acima de 2 metros”, complementa.
Para proteger os componentes associados às perdas de protensão, às placas de ancoragem, retração do concreto e relaxação do aço, é necessário realizar ações de prevenção no concreto protendido. Eventualmente, há também a necessidade de um processo de reparação, que é mais lento e trabalhoso.
Normas e especificações:
Ainda de acordo com Fortes, outrora existia uma norma apenas para estruturas de concreto armado e em 2004 foi unificada a norma de concreto armado e protendido, tornando-se a ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de Estruturas de Concreto. Ela especifica os procedimentos para o projeto e o uso do concreto protendido, associada à normas referentes às armaduras:
– NBR 7482/08: Fios de aço para estruturas de Concreto Protendido – Especificação;
– NBR 7483/08: Cordoalhas de aço para estruturas de Concreto Protendido – Especificação;
– NBR 7484/09: Barras, cordoalhas e fios de aço destinados a armaduras de protensão – Método de ensaio de relaxação isotérmica;
– NBR 6349/08: Barras, cordoalhas e fios de aço para armaduras de protensão – Ensaio de tração.
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