É muito comum nos dias de hoje nos depararmos com construções que não se utilizam mais dos telhados tradicionais aparentes. A “casa sem telhado” ou “telhado caixote”, como são conhecidos popularmente em alguns lugares do país, tem sido uma escolha cada vez mais recorrente pelos arquitetos e projetistas. Existem diferentes técnicas, materiais e estilos. Contudo, a ideia deste tipo de sistema de cobertura é que as telhas não fiquem expostas, portanto embutidas, e daí o nome telhado embutido.
Vamos explicar o que é telhado embutido, as principais características e os cuidados que você precisa ter com a manutenção e os vazamentos. Confira!
Entendendo melhor: o que é telhado embutido?
Existem diferentes formas de se projetar um sistema de cobertura de uma edificação, seja ela uma casa, edifício, prédio comercial, indústria, e a escolha envolve algumas variáveis e particularidades.
Por exemplo, no caso de uma indústria em que está previsto maquinário no telhado, é preciso pensar em uma cobertura capaz de suportar as cargas e o eventual tráfego para manutenção.
Já em uma casa, fatores como a estética e até mesmo os custos envolvidos acabam sendo mais relevantes na escolha do tipo de telhado.
O telhado embutido é uma opção normalmente utilizada em casas e edifícios residenciais, em especial de médio e alto padrão, e também em estabelecimentos comerciais.
A praticidade de execução e a possibilidades de redução de custos são bons diferenciais.
Diferentemente dos telhados tradicionais com as telhas aparentes, os telhados embutidos tem por principal característica o fato de as telhas não estarem visíveis.
São feitas paredes de alturas variáveis denominadas platibandas que escondem a cobertura.
Os telhados embutidos são uma alternativa interessante para arquitetura em termos de estilo, sendo bastante utilizados como um elemento que traz modernidade ao projeto.
Além disso fatores como materiais, estrutura, maior facilidade e rapidez de instalação também podem contribuir para escolha deste tipo de telhado.
Quando se opta por “esconder” o telhado, é possível utilizar materiais mais baratos tanto na estrutura quanto nas telhas, que normalmente são de fibrocimento ou metálicas (com a possibilidade de isolamento térmico).
Principais características do telhado embutido
Estrutura
A estrutura do telhado embutido é mais simples e leve quando comparadas com as estruturas com tesouras, terças, ripas, caibros dos telhados convencionais. Como as telhas utilizadas são mais leves, é possível economizar com o madeiramento da estrutura. Há também a possibilidade da utilização de estruturas metálicas, inclusive ligas como o galvalume.
Telhas
As telhas comumente utilizadas neste tipo de telhado são as de fibrocimento e metálicas (com ou sem isolamento térmico).
As peças são bem maiores em comprimento e largura. São parafusadas, facilitando, assim, a instalação.
Inclinação
A inclinação do telhado embutido é bem menor do que quando comparada ao telhado tradicional.
A telha de barro quando está úmida gera um peso extra que sobrecarrega a estrutura, e por essa razão é necessário que haja uma inclinação suficiente para que a água seja drenada de forma mais rápida.
O fato de as telhas metálicas e fibrocimento aceitarem inclinações menores pode ser vista como vantagem ou como desvantagem. Por um lado, a possibilidade de inclinações menores dá maior liberdade de escolhas no projeto e facilita a execução.
Contudo, o espaço interno entre a laje e o telhado fica bastante limitado, comprometendo a manutenção do local. Normalmente também não há espaço suficiente para a caixa d’água entre telhado e laje.
Calhas, Rufos e Tubos de Queda
No telhado embutido é preciso ter bastante atenção na execução das calhas, mesmo porque a água da chuva não tem outro local para escorrer.
Apesar de não recomendado, um telhado convencional pode até ser executado sem calhas, mas essa definitivamente não é uma opção no telhado embutido.
Se o dimensionamento das calhas não for feito com segurança, quando há falhas de execução e falta de manutenção, o escoamento da água fica comprometido e o acúmulo de água na laje pode trazer toda a sorte de problemas.
Os rufos tem o papel de fazer a proteção tanto entre a parede e telhado, como também no topo da platibanda, evitando assim infiltrações. O excesso de umidade na platibanda causa um efeito estético desagradável, além de haver a possibilidade da infiltração e vazamentos estarem chegando na laje.
Cuidados importantes
Manutenção do telhado embutido
Quando é feita a opção pelo telhado embutido, alguns cuidados em relação a manutenção precisam ser tomados. Ainda que o serviço tenha sido executado de maneira correta e por profissionais e empresas experientes, e com materiais de qualidade, é preciso ter em mente que a região está exposta à intempéries como sol, chuva, vento, poluição e portanto está sujeita a falhas ao longo do tempo.
De maneira periódica é preciso fazer as vistorias no local para identificar os eventuais problemas ainda na fase inicial. A infiltração, por vezes, é um mal silencioso, e quando os efeitos começam a surgir no interior da edificação há uma grande chance de haver problemas mais sérios nas camadas superiores.
Alguns pontos para se ter mais atenção: rufo pingadeira (topo da platibanda), rufos laterais, encontro das telhas com a calha. Quando há sinais de falhas, é preciso fazer os reparos para que a laje não seja comprometida.
Impermeabilização do telhado embutido
Os sistemas de impermeabilização existem para proteger os diversos elementos da edificação contra os vazamentos e a infiltração. No caso dos terraços, por exemplo, que são lajes de cobertura expostas, o sistema de impermeabilização é executado antes do contrapiso e do revestimento final.
Quando há uma cobertura, seja ela tradicional ou embutida, quem recebe a água de maneira direta são as telhas. Por isso é preciso muito cuidado para que não ocorram vazamentos e essa água infiltre até a laje.
A impermeabilização dos elementos do telhado embutido deve ser pensada com cuidado. Primeiramente porque o sistema de impermeabilização escolhido não pode gerar sobrepeso e sobrecarregar a estrutura do telhado, portanto o sistema deve poder ficar exposto.
Além disso, existem dois tipos de sistemas de impermeabilização: rígidos e flexíveis. Como se trata de uma região exposta, e sujeita a variações térmicas, obrigatoriamente a escolha deve ser feita por um sistema de impermeabilização flexível.
Ainda sobre o fato da exposição à variações de temperatura, é preferível que o sistema de impermeabilização não apresente emendas e juntas. Esses são pontos críticos onde há maiores possibilidades do surgimento de falhas.
E no caso das calhas é imprescindível que o sistema de impermeabilização suporte bem o empoçamento eventual de água, sem que haja comprometimento.
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