Protocolos de avaliações patológicas na construção civil

Quando se fala em patologia na construção, na verdade, se faz uma referência a “doenças”, nesse caso, a agentes que afetam o desempenho e a integridade estrutural da edificação, causados por falhas e erros ao longo das etapas de sua execução, do planejamento à implantação e uso do edifício.

Mesmo com a supervisão do processo construtivo e o cuidado devido no momento de elaborar o projeto, ocorrências como essas não são raras, por isso, foram criados protocolos de avaliação e detecção de patologias para identificar e evitar problemas geradores de preocupações.

Por meio desses protocolos, são detectadas as causas dessas patologias e, a partir dela, estudada a melhor solução, principalmente em construções mais antigas. São imperfeições, deficiências e até despreparo profissional materializados em umidade, fissuras, rachaduras entre outras evidências da necessidade de reparos imediatos. 

Principais patologias

Dentre as patologias, ou essas “doenças” que podem aparecer nas edificações estão as infiltrações, a carbonatação, os deslocamentos de revestimentos, as fissuras, as trincas e as rachaduras.

  • Carbonatação: fenômeno caracterizado pela formação de carbonato de cálcio em estrutura de concreto, causado pelo contato dos materiais com a umidade, que pode se transformar em quadro de corrosão a longo prazo.
  • Infiltrações: determinadas por erro na hidráulica, que permitem a infiltração de água, ocasionada por elementos presentes na alvenaria (beirais e selagens), em passagens deixadas nas juntas de assentamento ou até na elaboração da cobertura. Os sinais dessas infiltrações, além da umidade, são as manchas de mofo e as eflorescências (manchas causadas pela presença do carbonato de cálcio).
  • Deslocamentos de revestimento: pouco cuidado na aplicação da massa, umidade, desrespeito às juntas de assentamento necessárias ou ao processo de secagem da massa causam o deslocamento e até mesmo o desprendimento de revestimentos.
  • Fissuras, trincas e rachaduras: este é um problema muito comum, porém, é importante esclarecer as diferenças entre essas três tipologias. As fissuras são aberturas superficiais, atingem apenas a pintura; as trincas são mais profundas e, em caso mais graves, podem afetar a estrutura; já as rachaduras possuem grandes profundidades, permitindo inclusive a passagem da água da chuva, o que exige sua reparação imediata. 

O uso dos protocolos de avaliação

A NBR 15.575-2:2013 Edificações habitacionais, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, afirma ser necessário assegurar a durabilidade quando em condição normal de utilização, de qualquer edificação, considerando o aparecimento de fissuras, deformações e falhas que possam prejudicar o desempenho da estrutura, porém, de forma alguma ela deverá ruir ou perder a estabilidade, além de ter como premissa a prevenção da segurança quanto a impactos, choques, vibrações entre outras solicitações, mantendo estado aceitável de fissuração.

Quando são detectados indícios de patologias em uma obra, um profissional patologista deverá ser chamado para encontrar e diagnosticar tais problemas a partir dos sintomas encontrados, a chamada anamnese da construção civil. Esse diagnóstico irá mostrar as causas e consequências do ocorrido, caso não seja realizada nenhuma intervenção corretiva.

Para fazer esse diagnóstico, o patologista segue uma sequência de etapas: inspeção prelimitar (exame visual e antecedentes), pré-diagnóstico, inspeção mais detalhada, plano de trabalho (ensaios, zonas de inspeção, preenchimento de fichas de levantamento) e execução do plano de trabalho.

Ao longo destas etapas são trabalhados os protocolos de avaliação, que consistem em ferramentas desenvolvidas para auxiliar o monitoramento da estrutura e o levantamento de informações qualitativas e quantitativas para a elaboração do diagnóstico.

Não existe um padrão ou protocolo único, cabendo ao patologista a escolha da melhor metodologia em cada caso, entretanto, existe um consenso: a fase mais importante de todo o processo é o diagnóstico, porque o instrumento fornecerá informações fundamentais à compreensão do problema, a partir do levantamento de dados, do histórico da construção, e dos profissionais e usuários envolvidos.

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