Um projeto de construção eficiente abrange diversas tarefas. É importante fazer o planejamento e pensar em estratégias para que ele possa ser aplicado dentro da realidade da edificação.
Há muitos casos em que o processo é aprovado no papel, mas, no decorrer da execução, descobre-se que não é possível segui-lo na prática. Por isso, as dicas que apresentaremos no conteúdo de hoje terão enfoque nas etapas de pré-obra e servirão, justamente, para que esse passo seja eficaz e realista. Acompanhe!
Como fazer um bom planejamento e projeto de construção?
Para um bom planejamento, deve-se reunir todas as informações possíveis previamente à realização da construção. Com isso, é possível considerar os potenciais imprevistos e tornar a execução plausível.
Um erro bastante cometido é fazer estruturações pressupondo apenas situações “perfeitas” e ideais. Isso torna o trabalho arriscado a partir do primeiro passo, e pode fazer com que o arquivo seja pouco usado dali em diante, por estar em desacordo com a real situação.
Além disso, uma noção de tempo equivocada pode conduzir a um cronograma inaplicável, resultando em gastos com multas, por atrasos que poderiam ter sido previstos. Por isso, é crucial contar com profissionais qualificados, que possuam habilidades de liderança e capacidade de solucionar problemas com eficiência e assertividade.
Um bom gestor, por exemplo, deve ter conhecimentos sobre contratos, prazos e custos. Além disso, precisa saber administrar os recursos, as equipes e o tempo, focando na conformidade com a obra. Assim, consegue organizar e tomar decisões para resolver possíveis imprevistos e evitar atrasos na execução.
Quais as principais etapas de um projeto de construção?
Veja abaixo as etapas mais importantes para organizar um projeto de obras eficiente:
1. Análise do local e levantamento de informações
Um projeto de construção, seja ele arquitetônico, estrutural, de instalações elétricas ou hidráulicas, deve sempre considerar as informações de campo. É preciso conhecer dados e aspectos do terreno e seus arredores. Caso contrário, intempéries, como presença de vegetação ou alagamentos, podem ocorrer durante a execução da obra.
2. Concepção do projeto arquitetônico
Nessa etapa, há contato direto com o arquiteto responsável para chegar a um consenso em relação aos desejos e às possibilidades dentro do orçamento estabelecido. Geralmente, são criadas soluções para as demandas existentes, explicando ao cliente eventuais diferenças entre o solicitado e o que pode ser, de fato, desenhado.
A obra deve acatar não só as vontades do contrato, mas as leis e o plano diretor local. Nesse sentido, é necessário atender aos requisitos do usuário previstos na NBR 15575, que tratam sobre fatores como:
- Estanqueidade da água;
- Desempenho térmico;
- Acústico e lumínico;
- Saúde;
- Higiene;
- Qualidade do ar;
- Funcionalidade e acessibilidade;
- Conforto tátil e antropodinâmico.
É preciso seguir as normas e legislações locais, tendo em mente que cada lugar exige requisitos diferentes. Isso, muitas vezes, inviabiliza que um mesmo projeto seja usado em cenários distintos (não somente pela questão do terreno, mas, principalmente, por aspectos jurídicos).
3. Elaboração dos desenhos
Após a concepção, a edificação deve ser elaborada com a ajuda de ferramentas computacionais, de acordo com a escolha do cliente, do arquiteto e do executor da obra. Os desenhos devem ser realizados sempre considerando a execução da edificação, contendo o máximo de detalhamento e informações.
Assim, é possível seguir o que foi acordado entre arquiteto e proprietário, não deixando espaços para dúvidas e erros. Os projetos de construção também devem apresentar um material descritivo incluindo todos os itens a serem utilizados.
Esse documento pode ter registros básicos, como a especificação de quais ambientes devem possuir paredes brancas, por exemplo. Lembrando que cada obra é diferente, e que dependendo da complexidade, será necessário descrever mais informações para garantir a execução correta posteriormente.
4. Revisão e aprovação
Revisões podem ser solicitadas para a retirada de dúvidas e correção de erros ou imperfeições antes da realização do projeto. Isso também pode acontecer em caso de confrontamento de duas tarefas, como o estrutural e o arquitetônico, não alinhando o local dos pilares, por exemplo.
É muito importante que todas as etapas sejam analisadas em conjunto para evitar erros que podem, inclusive, prejudicar a integridade estrutural da edificação, como tubulações passando no meio de vigas. Por isso, a compatibilização deve constar no planejamento.
5. Legalização da obra
Muitas vezes, utilizando o projeto base, já é possível preparar os arquivos da obra para apresentar à prefeitura. Por isso, na fase de concepção, é fundamental alinhar-se ao plano diretor e outras diretrizes da cidade para que a proposta seja aprovada sem necessidade de alterações ou correções.
Durante esse processo, também devem ser pagas algumas taxas, de acordo com as leis locais. A execução só pode começar a partir da aprovação da prefeitura, portanto, essa etapa deve ser bem planejada e conduzida, com toda a documentação devidamente estruturada.
Caso contrário, todo o andamento e o início da construção podem atrasar, e a edificação fica suscetível a sofrer embargos. A legalização começa antes da realização e continua durante esse passo. Ao final, ou perto do fim, é solicitada uma visita do Corpo de Bombeiros para conferir questões de segurança e obter o Habite-se.
6. Definição de prazos
Algo imprescindível é a definição de prazos. A obra deve ter um planejamento para sua entrega, assim como para a execução de cada serviço, com data de entrada e saída de equipes. Nessa etapa, portanto, é criado um calendário de realização.
Com um processo bem feito e realista, não são necessárias tantas revisões durante o andamento da obra, e o cronograma estabelecido não é afetado. Ainda, se acontecerem gargalos e imprevistos, a estruturação deve ter soluções rápidas para resolver.
7. Orçamento de materiais e mão de obra
É preciso um tempo para que o custo da construção seja estabelecido, através de um orçamento. Dentro desta etapa, existem os gastos com materiais e mão de obra, junto com o levantamento de quantidade dos mesmos.
Uma importante ferramenta para que isso seja realizado de forma assertiva é o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, a tabela SINAPI, que disponibiliza dados sobre custos de referência para a elaboração de avaliação na construção civil. As informações são atualizadas mensalmente pela Caixa Econômica Federal.
A relação entre o custo e a quantidade de insumos e trabalhadores, taxas e outras despesas resulta no custo final da edificação. Com isso, estimando o lucro desejado, é possível obter o preço de venda do empreendimento.
8. Execução e acompanhamento
É nessa etapa que a obra finalmente toma forma. A execução não é isolada das fases anteriores: pode haver revisões de projetos, prazos, custos e mudanças na legalização da estrutura.
Apesar disso, com uma metodologia e um orçamento bem feitos e projetos bem consolidados, a realização tende a ser facilitada. Com todas as informações provenientes das etapas de construção, é possível evitar erros e retrabalhos. Além disso, em caso de problemas, algumas soluções já pensadas podem ser tomadas rapidamente.
9. Pós-obra
O planejamento de uma construção vai além da execução e entrega. A última etapa, que deve ser incluída nos processos de todo empreendimento, é a do pós-obra. Por isso, deve-se criar estratégias para melhorar a comunicação e o atendimento ao cliente.
A prioridade dos colaboradores deve ser executar tudo conforme as normas e definições de contrato. Assim, evita-se gargalos após a entrega das chaves e minimiza os gastos com o pós-obra. Mas, nem sempre isso é possível, por isso é crucial definir uma estratégia para resolver as queixas dos compradores com eficiência.
3 dicas para elaborar um projeto de construção eficiente
Além de conhecer as etapas da estruturação de um projeto de construção, é preciso saber como otimizar a realização de cada uma delas. Por isso, confira abaixo 3 dicas para planejar corretamente as edificações:
1. Faça um cronograma das atividades
É crucial saber os prazos de início e término de cada etapa construtiva. Por isso, deve-se elaborar um cronograma que possa ser consultado com facilidade. Uma dica é contar com uma agenda virtual. Elas são ferramentas que podem ser utilizadas em dispositivos móveis para consultar e receber lembretes das datas importantes.
2. Considere imprevistos
Diversas situações que geram atrasos podem ocorrer durante a execução de uma obra. Por isso, é importante ter planos para minimizar os efeitos negativos dos problemas que tendem a surgir. O ideal é ter descrito no planejamento soluções pensadas para imprevistos durante as diferentes etapas da construção.
3. Use a tecnologia a seu favor
Atualmente, existem diversas soluções tecnológicas que permitem resultados mais eficientes nas tarefas do projeto de construção. Essas tecnologias automatizam processos, permitem maior riqueza de detalhes, analisam dados rapidamente e geram resultados muito mais precisos.
Por que a tecnologia é cada vez mais importante para o cumprimento dessas etapas?
Cada vez mais, as tecnologias têm sido utilizadas para simplificar a elaboração das etapas de um projeto de construção. Como qualquer gestor do segmento bem sabe, o número de processos, materiais, máquinas e pessoas envolvidas na execução de uma edificação é imenso, exigindo uma capacidade minuciosa de controle e gerenciamento.
Considerando que o volume de registros é muito grande, o uso de softwares pode ajudar a melhorar a comunicação e a identificação de erros, além de outras melhorias.
Esses avanços também auxiliam o diálogo entre diversos setores e colaboradores para elaboração das obras.
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