Como fazer Mapa de Risco na Construção Civil

Como você bem sabe, uma obra feita sem a devida preocupação com a segurança pode resultar em tragédia.

Felizmente, existe um mecanismo que pode ser usado para construir sem colocar em risco a vida dos trabalhadores nem comprometer a qualidade da edificação no futuro. Esse recurso é chamado de mapa de risco.

Neste artigo, vou te mostrar em detalhes o que é isso, por que ele é tão importante na construção civil e um passo a passo simples de como fazer um mapa de risco.

Ficou curioso? Então vamos começar!

O que é mapa de risco

O mapa de risco é um documento que mostra todos os riscos de determinado ambiente para os trabalhadores, que devem ser qualificados para entender e aplicar o que está nele.

Mas você talvez se pergunte:

Quem vai parar para ler um laudo antes de entrar em cada ambiente do canteiro de obras?

Pois saiba que o mapa de risco não é um documento complexo, cheio de texto e difícil de interpretar. Pelo contrário, é uma representação bem visual e fácil de entender, já que o desenho é feito sobre a planta do local.

Por que é essencial trabalhar com um mapa de risco na Construção Civil

O mapa de risco já existe no Brasil desde o final dos anos 70, e desde 1992 é obrigatório para toda empresa que contém uma CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).

Isso quer dizer que, dependendo do tamanho da obra, ele pode ser obrigatório também na construção civil. Mas, além de obedecer a lei, será que você tem outro motivo para usá-lo no dia a dia?

Com certeza! E você vai entender que motivo é esse a seguir.

Acidentes de trabalho são a regra no Brasil

Você sabia que o Brasil é o 4° colocado no ranking de acidentes de trabalho no mundo?

Esse cenário é péssimo, ainda mais se levarmos em conta outros dados alarmantes que nos garantiram essa colocação ingrata na lista, como:

  • Um acidente acontece a cada 48 segundos, em média;
  • A aproximadamente cada 4 horas, um trabalhador morre por conta de acidente trabalhista no Brasil.

E sabe o que é ainda pior?

Estudos feitos pelo Ministério do Trabalho mostram que incríveis 90% desses acidentes poderiam ser evitados se as recomendações e normas de segurança fossem seguidas.

Construção civil é uma atividade de alto risco

Acabamos de ver que o Brasil é, de modo geral, um dos líderes em acidentes de trabalho no mundo.

Agora pense um pouco:

A construção civil é um dos ambientes mais perigosos para um trabalhador. Qualquer obra oferece grandes riscos, por motivos como:

  • Operação de máquinas pesadas;
  • Trabalho em altura;
  • Manuseio de materiais químicos;
  • E uma série de outros fatores.

Não dá para negar que o mapa de risco faz toda a diferença na criação de ambientes mais seguros e propícios para o trabalho.

Conheça os 3 elementos que compõe um mapa de risco

O mapa de risco é um documento bem estruturado para garantir a gestão da segurança numa obra. Ele geralmente conta com 3 pontos principais: tipos de risco, sua intensidade e medidas preventivas para evitá-los.

Vamos conhecer melhor esses elementos:

1. Tipos de risco

Existem 5 tipos de risco que devem ser levados em conta em um mapa de risco. Cada um deles é identificado por uma cor específica no mapa, que segue um padrão.

Assim, não se corre o risco de cada mapa ser de uma cor e acontecer algum tipo de confusão, que poderia causar acidentes.

Os tipos de risco são:

  1. Riscos físicos (verde): frio, calor, umidade, etc.
  2. Riscos químicos (vermelho): gases, poeira tóxica, compostos químicos em geral.
  3. Riscos biológicos (marrom): bactérias, fungos, vírus e outros perigos do tipo.
  4. Riscos ergonômicos (amarelo): jornadas de trabalho prolongadas, atividades manuais repetitivas, ritmo intenso, levantamento e transporte manual de peso e quaisquer outros riscos ergonômicos.
  5. Riscos de acidentes (azul): equipamentos desprotegidos, iluminação precária, possibilidade de incêndios e fatores similares.
2. Intensidade do risco

Além de estabelecer os tipos de risco, é fundamental saber qual o grau de perigo apresentado. Por isso, um mapa de risco também conta com um indicativo de intensidade.

Para isso, a legenda do mapa usa 3 círculos de tamanhos diferentes. O menor indica risco pequeno, o do meio um risco médio e o maior um grande risco.

3. Medidas preventivas

Por fim, o terceiro elemento de um mapa de risco é composto por algumas medidas preventivas, ou seja, ações que devem ser tomadas para evitar problemas.

As medidas preventivas apresentadas no mapa devem mostrar o perigo apresentado, a fonte causadora de possíveis danos e o que fazer para se proteger, individual ou coletivamente.

Como fazer um mapa de risco: os 4 passos para a elaboração

Cada empresa precisa elaborar o mapa de risco conforme suas circunstâncias. Mas os 4 passos a seguir vão ajudar você e os profissionais responsáveis por isso a fazerem um bom trabalho.

Antes disso, um lembrete muito importante:

O mapa de risco deve ser alterado cada vez que o local muda. Então, conforme uma obra de várias etapas avança, será preciso atualizar os mapas para refletir o risco atual e deixar os trabalhadores bem informados.

Agora sim você já está pronto para aprender como fazer um mapa de risco do jeito certo:

1. Reunir informações sobre o local

É muito importante reunir o máximo de informações sobre o local da obra para ajudar a determinar os riscos com precisão. Algumas perguntas a considerar são:

  • Há materiais químicos ou biológicos prejudiciais à saúde no terreno?
  • Para que o local era usado antes da obra?
  • Qual é o tipo de solo?
  • Há barrancos ou outros desníveis perigosos em volta?

Responder perguntas como estas no levantamento inicial faz muita diferença na elaboração do mapa.

2. Entender o processo de trabalho em cada ambiente

Depois de conhecer bem o local em si, é preciso compreender bem o processo de trabalho que ocorrerá ali para determinar se surgirão novos riscos ou não. Nessa fase, vale pensar em aspectos como:

  • Haverá escavações no local?
  • Máquinas pesadas ou compostos químicos serão guardados ou usados no local?
  • Haverá elementos afiados ou muitas instalações elétricas a fazer?
  • Quantas pessoas circularão, por dia, no ambiente?
3. Identificar os riscos e medidas preventivas

Juntando as informações encontradas nos dois passos anteriores, é hora de identificar e detalhar os riscos de cada ambiente da obra.

Depois disso, os profissionais responsáveis terão boas condições de estabelecer as devidas medidas de prevenção. Nessa questão, é fundamental pensar tanto na proteção coletiva quanto individual dos trabalhadores.

4. Organizar as informações

Por fim, é só organizar todas as informações e desenhar o mapa definitivo. Se você tiver seguido os passos anteriores, esse mapa terá:

  1. Os grupos de risco bem definidos.
  2. O tipo e a intensidade de diferentes riscos em cada ambiente.
  3. As medidas preventivas necessárias para evitar problemas.

Com isso, ficará fácil conseguir a aprovação da CIPA, que deve sancionar o mapa e garantir que ele seja exposto em bom tamanho, num local visível na obra.

Viu como fazer um mapa de risco é importante na Construção Civil? Essa avaliação visual dos riscos da obra vai ajudar muito a evitar acidentes de trabalho, algo tão comum no Brasil. E seguindo as dicas deste artigo, você conseguirá elaborar esse guia de forma prática e rápida.

Fonte: https://www.sienge.com.br/blog/como-fazer-mapa-de-risco-na-construcao-civil/

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