A estaca raiz é um tipo de fundação profunda. Pode atingir mais de 50 metros de profundidade tanto nos solos tradicionais como nos terrenos rochosos.
Feita de argamassa, é produzida diretamente no canteiro de obra por perfuração rotativa ou rotopercussiva. Apresenta elevada tensão de trabalho ao longo do fuste armado em todo o seu comprimento.
Mas onde utilizar esse tipo de fundação e quais são as suas vantagens? A seguir, tiraremos todas as suas dúvidas sobre esse assunto. Vamos lá? Acompanhe!
O que é estaca raiz?
Estacas escavadas substituem tubulões de ar comprimido. São feitas por meio de perfurações no terreno, que retiram o material (solo ou rocha). Em seguida, o espaço é preenchido com argamassa.
Na execução da estaca raiz são utilizados tubos de revestimento metálico em todo o trecho escavado, o que evita que o solo desmorone. Após preencher a estaca com argamassa, cimento e areia para compor a armadura, os tubos metálicos são retirados.
A argamassa utilizada é adensada com ar comprimido, o que confere maior resistência ao material.
Qual a diferença entre fundação rasa e fundação profunda?
A estaca raiz é uma fundação profunda. Esse tipo de projeto transmite as cargas pela resistência de fuste, de base ou ambas. Deve ter profundidade superior ao dobro da dimensão menor. Além disso, deve ter, no mínimo, 3 metros de profundidade. Além de estacas, as fundações profundas podem ser tubulões ou caixões.
Já as fundações rasas transmitem cargas para o solo pela base da fundação. Se apoiam no solo a pequenas profundidades, geralmente, menores de 3 metros. Também são conhecidas como sapatas.
Onde a estaca raiz é utilizada?
Inicialmente empregada na contenção de encostas, a estaca raiz passou a ajudar no reforço de construções de pequeno porte, onde não dava para usar equipamento grandes ou motores movidos a explosão.
Essa característica fez com que a estaca raiz passasse a ser utilizada nas construções convencionais.
A técnica também é utilizada em terrenos onde é preciso perfurar matacões ou blocos de concreto. Seu uso também é comum na construção de plataformas de petróleo e de torres de transmissão.
Quais são as características da estaca raiz?
Como dito, a estaca raiz é usada na construção de reforços e fundações em terrenos íngremes e rochosos. Além disso, permite a execução de projetos de construção e reforma em áreas restritas ou de alturas limitadas.
Também pode ser utilizado em áreas com construções próximas, uma vez que não gera vibração, descompressão e nem barulho. No entanto, o espaço não deve ter limitação de altura e, de preferência, ser próximo dos grandes centros, uma vez que a distância aumenta o custo dos equipamentos.
Possui grande capacidade de carga com recalques reduzidos e exige perfuração mínima do ambiente constante. A estaca raiz agiliza a construção de obras em diferentes tipos de terreno, sejam planos ou onde é preciso calcular a inclinação.
São moldadas in loco com a utilização de equipamentos de compressão ou tração. Todo o comprimento é armado e possui elevada tensão de trabalho do corpo da coluna, conhecido como fuste.
Claro, esse método também tem algumas desvantagens. A primeira delas é o grande consumo de água, o que deixa a obra alagada por algumas semanas, causando grande impacto ambiental.
O consumo de cimento e ferragens para a armadura também é bastante elevado. Tudo isso faz com que o custo da obra de construção ou reforma seja bastante dispendioso.
Como é o processo de construção da estaca raiz?
A estaca raiz é construída em 3 etapas: perfuração, fixação da armadura e injeção da argamassa.
Perfuração da estaca raiz
A perfuração deve seguir as especificações do projeto e as características do solo encontradas na sondagem. Pode ser inclinada ou vertical.
Durante a escavação, é importante verificar se o material do solo é o mesmo indicado nas sondagens.
O processo demanda a utilização de perfuratrizes pneumáticas hidráulicas ou mecânicas que perfuram o solo para a fixação do tubo metálico.
Esse processo funciona com circulação de água, lama bentonítica ou polímero sintético que garante a fixação do tubo metálico para revestimento provisório. Caso o solo seja rochoso, a perfuração pode ser feita com coroa diamantada ou por processo percussivo.
Embora esse método possa ser utilizado para perfurar encostas, a superfície onde a perfuratriz ficará deve ser reto. Também é preciso conferir o ângulo de inclinação do tubo metálico em relação à estaca.
Um tubo metálico formado por vários segmentos rosqueados ligados entre si é inserido à medida que o terreno vai sendo perfurado.
Fixação da armadura
Após a perfuração, o tubo precisa ser limpo com jatos de água. Em seguida, a armadura é inserida no interior da perfuração.
A armadura é construída segundo as especificações do projeto e é feita de barras de aço estribadas. A quantidade de armaduras é determinada pelo diâmetro de cada estaca e deve observar o espaçamento adequado. Isso manterá a estrutura centralizada e evitará a movimentação dos estribos.
Essa etapa deve seguir as orientações da norma ABNT NBR 6122/2010 – Projeto e Execução de Fundações.
Injeção da argamassa
Nessa etapa, a argamassa de cimento e areia é bombeada na estaca. Para isso, utiliza-se um tubo injetor. Ao final do processo, os tubos metálicos são removidos lentamente com a utilização de um macaco hidráulico.
A remoção deve ser lenta para não afetar a distribuição uniforme da massa no tubo. Quando o tubo estiver completamente fechado, a extremidade superior é fechada.
Golpes de pressão com máquinas de ar comprimido devem ser aplicados para adensar a argamassa e garantir a fixação. Cada estaca deve ter resistência de 20 Mpa. Para isso, são consumidos 600 kg/m² de cimento e cerca de 10000 litros de água.
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