Você sabe qual é a norma técnica que regulamenta o uso do concreto? No conteúdo de hoje vamos falar um pouco sobre as principais exigências e recomendações da NBR 12655, norma brasileira sobre concreto de cimento Portland, do ponto de vista de preparação e aceitação do concreto.
Esse é um tema muito extenso, então não detalharemos todos os tópicos da norma. Mas recomendamos que você faça a leitura completa dessa norma quando possível. Assim, você garante que a sua obra siga todos os critérios estabelecidos.
A NBR 12655 traz recomendações sobre a produção de concreto de uma forma geral, mas o foco principal está no concreto produzido em obra. Para o caso do concreto produzido em central, é necessário ainda consultar a NBR 7.212.
Responsabilidades
A NBR 12655 indica as responsabilidades principais de cada profissional envolvido na construção da estrutura de concreto armado. Saiba mais sobre eles abaixo.
Projetista estrutural
Este é o responsável por determinar a resistência necessária do concreto (FCK), bem como a resistência mínima para retirada de cimbramento/escoramento, aplicação de protensão etc.
Responsável técnico pela obra
É quem define a modalidade de preparo do concreto a ser escolhida (rodado em obra ou de concreteiras) e o tipo de concreto (respeitando os mínimos especificados no projeto estrutural). Além disso, o responsável técnico pela obra recebe e aceita o concreto produzido, garante a rastreabilidade do concreto lançado, entre outras funções.
Ainda neste quesito de responsabilidade, é importante ressaltar que os responsáveis pelo recebimento do concreto na obra devem ser sempre o proprietário ou o responsável técnico designado pelo proprietário. Em caso de contratação de uma concreteira, o responsável técnico e o proprietário devem ser comunicados sobre quem pode fazer o recebimento do concreto na obra. Isso evita desgastes futuros de ambas as partes.
Classe de agressividade e qualidade do concreto
Tanto a NBR 12655 quanto a norma de projeto de estruturas de concreto armado (NBR 6118) trazem algumas tabelas que separam o ambiente de acordo com a sua agressividade e os requisitos mínimos que os concretos nestes ambientes devem possuir.
Ou seja, com base nestas tabelas, considerando uma obra a ser executada em perímetro urbano, esta seria classificada como classe de agressividade Moderada. O que levaria a uma relação a/c limite de 0,6 e uma resistência mínima do concreto de 25 MPA com no mínimo 280 kg/m³ de cimento.
Medidas dos materiais e mistura
A medida volumétrica, como por quantidade de padiolas ou número de latas, por exemplo, só pode ser realizada em concreto de classe até C20 e não estruturais. Já concretos de classe C25 ou superiores, como é a exigência mínima para obras em zonas urbanas, devem obrigatoriamente ser dosados por massa (peso).
No caso de concreto de classe C20 ou superior, obrigatoriamente deve ser realizado um estudo de dosagem racional e experimental com antecedência. Neste estudo, devem ser utilizados os mesmos materiais que serão utilizados posteriormente na obra. Este estudo garante que o traço a ser desenvolvido atenda às necessidades do devido projeto estrutural.
A dosagem empírica, ou seja, sem estudos preliminares, pode somente ser utilizada para concretos de classe C10 e C15, com um consumo mínimo de cimento de 300 kg/m³.
Ensaios de controle
A fim de garantir a qualidade e a padronização do concreto produzido, os seguintes ensaios devem ser realizados na obra:
a) Ensaio de Consistência (Slump), de acordo com NBR NM67. Este ensaio deve ser realizado na primeira massada do dia, ao reiniciar uma jornada de trabalho com interrupção superior a duas horas, na troca de operador e cada vez que forem moldados corpos de prova.
b) Ensaio de resistência a compressão: devem ser moldados corpos de prova a cada, no máximo, 50 m³ de concreto ou 1 andar. Devem ser moldados no mínimo 2 corpos de prova por idade a ser testada (7 e 28 dias, por exemplo).
Com relação à moldagem de corpos de prova, pode-se optar ainda por uma moldagem total, ou seja, moldar corpos de prova de 100% dos lotes (betonadas). Este é o ideal para garantir um bom controle do concreto e é uma pratica comum em concreteiras, por exemplo.
O atendimento integral às exigências desta norma é importante para garantir a qualidade do concreto produzido. Vale ressaltar que as normas brasileiras voltadas à engenharia têm poder de lei, ou seja, devem, obrigatoriamente ser seguidas. Portanto, em caso de algum problema em obra, o desacordo ao atendimento das respectivas normas pode definir quem será o responsável por arcar com os custos eventuais de reparo.
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