O Orçamento de uma obra é a materialização de quantitativos e principalmente dos custos de um empreendimento e cometer qualquer erro aqui o principal impacto é o financeiro e você só vai percebê-lo ao longo da execução da sua obra.
Um ótimo orçamento é aquele que se aproxima ao máximo da realidade de custo da obra, sem surpresas em quantitativos de materiais, em preços de serviços e todos os custos indiretos. Você sabe que o orçamento é composto de várias etapas que formam o “Roteiro de Orçamento” e qualquer erro pode gerar uma cadeia de erros que vão fazer o seu orçamento ficar furado.
Nesse artigo, eu listei os #7 maiores erros em um orçamento de obras que você precisa conhecer para não cometê-los nos seus orçamentos e você vai perceber que, ao evita-los, é possível:
- Maximizar os resultados da sua obra, e/ou…
- Fazer orçamentos mais competitivos, e/ou…
- Apresentar melhores preços aos seus clientes
Conheça agora os #7 maiores erros em um orçamento de obras!
1. Premissas para um orçamento
- Projetos;
- Memorial descritivo;
- Estudo de viabilidade.
Essas são as principais premissas para um orçamento perfeito, que muitas vezes deixam de ser realizados para o empreendimento.
Você deve estar se perguntando:
“Como assim não possuir os projetos?”
É muito comum isso acontecer, principalmente em obras de reformas, e em obras públicas. Por exemplo, o Maracanã para a Copa do Mundo de 2014, foi previsto um orçamento para a reforma no valor de 800 milhões. Em sua conclusão foram gastos mais de 1 bilhão de reais! Seu orçamento foi realizado com 38 formatos A1 de Projetos!
Um prédio de 10 de pavimentos tem mais de 38 formatos de projeto com todas as suas ciências: Estrutura, arquitetônico, executivo, elétrico, hidráulico, entre outros. Então, esse é um erro clássico.
2. Não ter os critérios de levantamento de quantitativos
Ao realizar um levantamento de quantitativo de materiais da sua obra, existem critérios pré-estabelecidos que orientam como deve ser realizado o levantamento e vai servir como sobreconsumo. Por exemplo, no levantamento de alvenaria, vãos menores que uma determinada área não deve ser descontado.
O mesmo serve para o reboco, pintura, escada, instalação, entre outras etapas.
Saber quanto de sobreconsumo deve ser aplicado no levantamento também é fundamental para que não falte material para a execução de um processo construtivo.
Na realização da fundação, a Estaca de Hélice Continua gera um sobre consumo de concreto de 30%, então é fundamental aplicar um sobre consumo em um parâmetro adequado, para que não falte material e para que não sobre, aumentando o custo da obra.
3. Composições de custo unitário (CCU / CPU)
Os serviços executados na obra possuem uma Composição de Custo. Que contém os insumos a serem utilizados, valor de mão de obra e produtividade. Ter uma Composição de Custo com esses valores errados vai gerar um orçamento furado, que não representa a realidade da obra.
É fundamental saber analisar a CPU, preste atenção nas composições, analise o que a compõe.
4. Definição dos custos de administração local de obra
A Administração de obra são todas as atividades de gestão da obra, inclusive a estrutura física necessária. Ela é composta por:
- Equipe de Gestão de obra (engenheiros, técnico em edificações, estagiários, mestre de obras, encarregados, etc)
- Equipe Administrativa (Administrativo, auxiliar administrativo, DP, RH, almoxarifado, etc.)
- Equipe de Segurança do Trabalho, Qualidade, Médica e Meio Ambiente (Engenheiro e técnico em Segurança do Trabalho, Técnico em Meio Ambiente, etc.);
- Alimentação, transporte, equipamento para proteção individual (EPIs), exames médicos e ferramentas;
- Mobilização e desmobilização de obra;
- Canteiro de obras (escritórios, banheiros, refeitório e almoxarifado, tapumes e placa de obra, etc.);
- Custos para a manutenção da obra/canteiro, como água, energia, internet, limpeza, aluguel, etc.
Conheça os itens da administração local da sua obra para que você consiga fazer um orçamento condizente.
5. Despesas indiretas
As Despesas indiretas são os gastos que não estão relacionados exclusivamente com a realização da obra. Esses gastos representam um percentual sobre o custo total da obra, por exemplo, os impostos, que são um percentual do faturamento e a administração central, onde cada obra contribui com um percentual da sua receita para custear o escritório central.
A administração central é a estrutura da empresa, Construtora ou Incorporadora que dá apoio a todas as obras. Em geral, a estrutura de um escritório central é composta por: direção geral da empresa, administração, financeiro, contabilidade, engenharia, suprimentos, recursos humanos, departamento pessoal, qualidade e segurança, manutenção, dentre outros.
6. Calculo do BDI
Bonificação e despesas indiretas. O BDI é uma formula que você entra com suas despesas indiretas e dentro dele você tem o beneficio, onde você tem seu resultado, seu lucro, ou seja, o BDI é o seu lucro mais as despesas indiretas, que você vai calcular com uma fórmula.
Cada empresa tem sua forma de calcular BDI e obras publicas tem uma formula única para ser calculado. Então se você errar seu BDI, você erra o orçamento inteiro da sua obra, porque você vai jogar um índice que não é verdadeiro.
7. Erro na coleta de preços
Você precisa saber qual o preço dos produtos e dos insumos, para que você possa determinar o preço das suas composições e dos seus serviços. Se você fizer uma coleta de preço que não representa a realidade do local onde vai ser sua obra, você já esta com seu orçamento furado, lembrando que os produtos e os materiais que você tem mais consumo, ele pesam mais no seu orçamento, dentro da curva ABC.
Conclusão
Nesse artigo você aprendeu que ao longo do Roteiro de Orçamento de uma obra é possível cometer vários erros que comprometem o resultado final do seu orçamento que é o preço de venda de qualquer empreendimento, seja uma obra de um prédio, a reforma de uma loja comercial ou uma obra de infraestrutura.
Fonte: https://pedreirao.com.br/os-07-maiores-erros-em-um-orcamento-de-obras/