O Dia Internacional do Trabalho é feriado em muitas nações, inclusive no Brasil. A data marca as lutas por direitos trabalhistas, transcorridas desde o final do século XIX. Mas você sabe por que o Dia do Trabalhador é comemorado exatamente em 1º de maio?
Para entender as origens desse feriado, é necessário compreender também o contexto histórico dos movimentos trabalhistas e conhecer os principais acontecimentos que levaram à instituição da data. Vamos lá?
Revolução Industrial
Nas décadas finais do século XIX, a segunda fase da Revolução Industrial ultrapassou as fronteiras do Reino Unido e chegou a países como EUA e Japão. Tal qual em solo britânico, as fábricas norte-americanas eram locais insalubres e as condições de trabalho eram precárias. As jornadas variavam entre 13 e 17 horas diárias! Esse cenário provocou um grande descontentamento na classe trabalhadora, que começou a usar as greves gerais como mecanismos de luta por direitos trabalhistas.
Maio de 1886
Em 1º de maio de 1886, a cidade de Chicago foi palco de uma manifestação que reuniu cerca de 1 milhão de pessoas. A principal reivindicação dos trabalhadores presentes era a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. A paralisação desencadeou uma greve geral e gerou conflitos que se estenderam pelos dias seguintes.
No terceiro dia, porém, o conflito entre manifestantes e policiais resultou em mortes. Já no dia 4 de maio de 1886, uma bomba explodiu próximo ao Chicago’s Haymarket Square, matando e ferindo dezenas de pessoas, entre policiais e trabalhadores. A data ficou conhecida como a Revolta de Haymarket.
A Segunda Internacional
A Segunda Internacional Socialista foi uma reunião de partidos e sindicatos em um congresso, na cidade de Paris, em 1889. Em homenagem à greve geral iniciada em 1º de maio de 1886, as organizações sindicais reunidas instituíram essa data como um símbolo para as lutas trabalhistas, tornando-a conhecida em muitos locais como o Dia Internacional do Trabalho.
1º de maio como feriado
A partir de então, o dia 1º de maio foi adotado como data para a organização de movimentos e protestos sindicais por diversos trabalhadores ao redor do mundo. Porém, o primeiro país a declarar oficialmente o dia como feriado nacional foi a França, em 1919, em conjunto com a aprovação da redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias.
Atualmente, o Dia Internacional do Trabalho é um feriado nacional em cerca de 80 países, como Portugal e Espanha. Em muitos lugares, a data é usada para a realização de manifestações e discussões sobre questões relevantes para os trabalhadores. Os EUA, por sua vez, não reconhecem o dia 1º de maio como feriado, celebrando o Labor Day na primeira segunda-feira de setembro.
1º de maio no Brasil
As comemorações de 1º de maio no Brasil remontam à década de 1890, período contemporâneo à Primeira República e ao início da industrialização no país. A chegada dos imigrantes europeus no início do século XX contribuiu para o fortalecimento das organizações sindicais, aumentando a utilização da data para a realização de protestos trabalhistas.
Em 1917 aconteceu a Greve Geral em São Paulo, movimento responsável por parar a indústria, tornando-se um dos primeiros marcos da organização trabalhista no Brasil. A crise continuou nos próximos anos e em 1924 o presidente Artur Bernardes declarou 1º de maio como feriado nacional.
Durante a Era Vargas, o governo procurou ressignificar a data: de um dia de protestos, para uma ocasião que celebrasse os direitos trabalhistas. Essa medida ia de encontro com a política populista de Getúlio Vargas. O dia foi, então, utilizado para o lançamento de leis importantes para os trabalhadores, como o estabelecimento do salário mínimo, em 1940, e a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), em 1943.
O Dia Internacional do Trabalho tem suas raízes ainda na segunda fase da Revolução Industrial, período marcante para a luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Entender o histórico desse feriado te ajuda a compreender melhor as relações trabalhistas instauradas a partir das revoluções e os movimentos sociais que marcaram o século XX.